Dados do Trabalho


Título

DERRAME PLEURAL POR MIELOMA MULTIPLO: UM RELATO DE CASO

Introdução

O derrame pleural associado ao Mieloma Múltiplo é uma apresentação incomum, ocorrendo apenas em 6% dos casos. A maioria dos casos de derrame pleural ocorre por infecção, insuficiência cardíaca congestiva ou insuficiência renal. O derrame pleural mielomatoso ocorre em menos de 1% dos derrames pleurais na doença.

Objetivos

Relato de caso derrame pleural por mieloma múltiplo e sua conduta diagnóstica.

Descrição do caso

Paciente do sexo feminino de 60 anos com sintomas de parestesia de membros inferiores, progredindo à paresia. Foi diagnosticada lesão tumoral em coluna torácica a nível de T7 com compressão medular. A biópsia da tumoração revelou proliferação plasmocitária atípica de aspecto infiltrativo e a Imunohistoquímica: CD138 positivo, MUM 1 positivo, Kappa positivo, Lambda negativo. Realizou laminectomia descompressiva em T7, sem recuperação da paresia. Foi transferida para o HUGG para tratamento de mieloma múltiplo e à admissão apresentava Ca 13,9mg/dL e Alb 2,3g/dL; Hgb 3.9g/L; Hto 11,5%; CM 91fL; HCM 31pg; Cr 2.17mg/dL; beta-2-microglobulina 18,7mg/L. A eletroforese de proteínas séricas evidenciou pico monoclonal na fração beta, agregando a fração 49,8%. A imunofixação foi compatível com gamopatia monoclonal do tipo IgA-lambda. Iniciou tratamento com VTD (Bortezomibe,Talidomida e Dexametasona) durante o segundo ciclo, iniciou dispneia com necessidade de O2 em baixo fluxo em repouso. Ultrassom a beira leito revelou derrame pleural de moderado a grande volume à direita e pequeno à esquerda. A tomografia evidenciou presença de área de consolidação pulmonar adjacentes. A análise do líquido pleural foi positiva para exsudato nos critérios de Light, considerando o critério da proteína. Foi diagnosticada pneumonia com derrame parapneumônico e tratada com Piperacilina + Tazobactam. Após o tratamento manteve-se queixa de dispneia e presença de derrame pleural. A citologia oncótica do líquido pleural revelou importante infiltrado plasmocitário com presença de plasmócitos atípicos. A paciente apresentou melhora do quadro após toracocentese de alívio e início do terceiro ciclo de quimioterapia.

Conclusões

O diagnóstico de derrame pleural mielomatoso é confirmado pela citopatologia do líquido pleural. A ocorrência de tais casos é rara, embora sua incidência possa ser subdiagnosticada. O diagnóstico depende de suspeição clínica da equipe e disponibilidade do método diagnóstico.

Palavras Chave

Mieloma multiplo; derrame pleural; plasmocitoma; hematologia

Área

Trabalho

Autores

PAULA MELICHAR SUASSUNA, LUCAS DOS SANTOS BRANDÃO, MARCELLA DONATO COSTA, MARIANA GUARANA MACEDO MOURA, MAX KOPTI FAKOURY