Dados do Trabalho


Título

TIREOIDITE DE RIEDEL: UMA FORMA RARA DE TIREOIDITE

Introdução

INTRODUÇÃO/FUNDAMENTOS: a tireoidite de Riedel é uma doença inflamatória autoimune rara, caracterizada pela fibrose da tireoide. Esse processo pode atingir tecidos adjacentes, como as paratireoides, podendo resultar em hipotireoidismo e hipoparatireoidismo. Seu quadro clínico é marcado por efeitos de massa, que comprimem as estruturas cervicais.

Objetivos

OBJETIVO: relatar um caso de tireoidite de Riedel, denotando suas características.

Descrição do caso

DELINEAMENTO/MÉTODOS: mulher, 53 anos, encaminhada ao ambulatório de endocrinologia por aumento progressivo da tireoide há três anos. Referia dor em pontada em região cervical anterior, disfagia para líquidos e dispneia em decúbito dorsal e à extensão cervical. Apresentou hipotireoidismo primário e hipertensão arterial sistêmica, em uso irregular de Levotiroxina (25µg/dia) e Hidroclorotiazida (25mg/dia). A tireoide apresentava-se 5 vezes aumentada e endurecida. À percussão do tórax, apresentava submacicez no 1º e 2º espaços intercostais, e os sinais de Pemberton e de Marañón eram positivos. Ao exame laboratorial, apresentava hipotireoidismo primário e títulos elevados de anticorpos antitireoperoxidase. O ultrassom evidenciou bócio difuso com volume de 111,9cm³ (VR: 6-15) e a tomografia computadorizada de pescoço apresentou heterogeneidade difusa da tireoide, invadindo o introito torácico superior. Diante das hipóteses de hipotireoidismo primário, tireoidite crônica autoimune, bócio difuso mergulhante e tireoidite de Riedel, a paciente foi submetida a tireoidectomia total. O anatomopatológico demonstrou substituição do parênquima tireoidiano por tecido fibroso, compatível com tireoidite de Riedel. A paciente evoluiu bem com a reposição de Levotiroxina 100µg/dia.

Conclusões

CONCLUSÕES/CONSIDERAÇÕES FINAIS: essa condição rara (1:100.000) afeta mais o sexo feminino (5:1) e sua etiologia está associada à autoimunidade ou fibrose sistêmica, sendo considerada parte da doença relacionada ao IgG4. Os pacientes podem apresentar hipotireoidismo (46%), além de hipoparatireoidismo (14%), que pode ser resultado da expansão da fibrose ou complicação pós-cirúrgica. O anticorpo usualmente encontrado é o antitireoperoxidase. Não há tratamento padrão, sendo utilizado glicocorticóides ou tireoidectomia. Portanto, este caso ilustra claramente essa patologia rara, demonstrando suas manifestações clínicas típicas e a necessidade da análise histopatológica para excluir malignidades.

Palavras Chave

hipotireoidismo, doença inflamatória, autoimunidade, IgG4, antitireoperoxidase, fibrose, tireoidite de Riedel, bócio.

Área

Trabalho

Instituições

PUC-Campinas - São Paulo - Brasil

Autores

KLEVER SILVA DE ALENCAR, MARINA BORGES DE FARIA BARREIRO, DEBORA PENNA CHAVES BERTAZZO, ANDRÉ NOGUEIRA BICUDO, ROBERTO BERNARDO DOS SANTOS