Dados do Trabalho


Título

MIOCARDITE EM PACIENTE COM RECIDIVA DA FEBRE REUMATICA AGUDA: RELATO DE CASO

Introdução

Introdução: A febre reumática (FR) acomete em torno de 30 mil pessoas/ano no Brasil. Os casos de recidiva da FR sob forma de miocardite reumática aguda (MRA) correspondem a 10% dos casos e evoluem para insuficiência cardíaca (IC), sendo uma condição subdiagnosticada e passível de reversão.

Objetivos

Objetivo: Relatar o caso de paciente com IC aguda secundária à miocardite por reativação da FR e sua melhora após tratamento direcionado.

Descrição do caso

Caso: Paciente feminina, hígida, 47 anos, com antecedente de faringoamigdalites bacterianas de repetição, admitida com dispneia progressiva há 1 mês, associado a dispneia paroxística noturna, ortopneia e edema de membros inferiores. Apresentou dois picos febris isolados e artralgia migratória em tornozelo e joelho esquerdo. Ao exame físico: taquipneica, presença de estertores crepitantes bibasais, turgência jugular a 45º e terceira bulha. Eletrocardiograma com alteração de repolarização ventricular V3-V5. Exames laboratoriais: troponinas negativas e provas inflamatórias elevadas. Teste para coronavírus (COVID-19) negativo. Ecocardiograma transtorácico evidenciou função sistólica do ventrículo esquerdo (VE) deprimida em grau leve às custas de hipocinesia difusa com fração de ejeção (FE) de 42% (Simpson), valva mitral com abertura em cúpula do folheto anterior e calcificação do folheto posterior, associados à fusão comissural. Dupla lesão mitral com estenose moderada e insuficiência leve. Ressonância magnética cardíaca mostrou realce tardio mesoepicárdico parede anterior, anterosseptal e segmento basal inferior, de padrão não coronariano, associado a edema miocárdico, compatível com cardiomiopatia inflamatória aguda e FE 42%. Pelos critérios de Jones revisados, paciente com reativação da FR (um critério maior: cardite e dois menores: poliartralgia e febre) e MRA por critérios diagnósticos de exclusão. Paciente com medicações para ICC em doses otimizadas e manutenção da classe funcional IV, de acordo com New York Heart Association (NYHA). Iniciado corticoterapia com prednisona 1 mg/kg/dia por 14 dias. Após 1 semana houve melhora clínica – NYHA II. Repetido ecocardiograma após dois meses do tratamento com recuperação da função ventricular (FE 54%), melhora da valvulite – estenose e insuficiência mitral leves, com paciente em NYHA I.

Conclusões

Conclusão: Frente ao diagnóstico diferencial de uma IC, a identificação da miocardite por reativação da FR levou à tratamento específico com a melhora dos sintomas e reversão da disfunção de VE.

Palavras Chave

Febre Reumática ; Insuficiência Cardíaca ; Miocardite Reumática Aguda

Área

Trabalho

Autores

SOFIA MALUF CERBASI FONTANA, ANA PAULA MIRANDA GONÇALVES, GISLAINE CRISTINA DE PAULA MOREIRA, ELAINE DOS REIS COUTINHO, ALOÍSIO MARCHI DA ROCHA