Dados do Trabalho


Título

RELATO DE CASO: LUPUS ERITEMATOSO SISTEMICO DE DIFICIL CONTROLE

Introdução

Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma desordem autoimune com várias apresentações clínicas conforme local acometido (cutâneo, renal, neurológico, hematológico, músculo-esquelético, serosas; cardíaco, psiquiátrico, gastrointestinal) devido a produção de
autoanticorpos, frequente em mulheres jovens. Diagnóstico baseado em clínica e laboratoriais com
critérios validados – recente ACR/EULAR 2019. Condição crônica com necessidade de
monitoramento de atividade, recaídas, efeitos de medicações. Tratamento com medicações
imunomoduladoras e imunobiológicas (DMARDS), corticoterapia, antimaláricos e
antiinflamatórios. Resistência ao tratamento indica má aderência, comum nessa patologia.

Objetivos

Relato de Caso paciente LES e tratamento inadequado com difícil controle e
complicações.

Descrição do caso

VMSC, 21 anos, natural do Pará, internada em jun/22 por artralgia, dispneia
intensa e anasarca, diagnóstico clínico e laboratorial de LES: articular, serosite (derrame pericárdico
com restrição cardíaca e punção pericárdica), renal (proteinúria 4g nefrite lúpica classe III); anti-Sm, anti-DNA, anti-Ro e FAN positivos. Realizado pulsoterapia com metilprednisona e prescrição
de hidroxicloroqunina e prednisona após a alta. Retornou ao serviço com rebaixamento da
consciência após cefaleia intensa com crise convulsiva evoluindo para intubação orotraqueal e
choque com uso de aminas vasoativas e UTI. Dosado anti-P positivo, complementos baixos e anti-DNA de altos títulos, relato de não aderência ao tratamento. Evoluiu estavél hemodinamicamente e
extubação após. Início de nova pulsoterapia com metilprednisona e ciclofosfamida, uso de
metilprednisona de manutenção. Intercorrências: broncopneumonia, derrame pleural bilateral de
repetição com transudato linfocítico e passagem de dreno, novo derrame pericárdico com janela
pericárdica com líquido linfocítico e anatomopatológico com inflamação crônica, distensão
abdominal e diarreia por pseudocolite membranosa GDH positivo e nutrição parenteral. Recebeu
alta em ago/22 com dieta VO, retirada de dreno e prescrição de medicações contínuas com
acompanhamento semanal no ambulatório de Reumatologia e tratamento regular.

Conclusões

Jovem com LES não aderente a tratamento, apresenta descontrole da doença basal
com acometimento sistêmico e intercorrências com alto risco de óbito. Condução com terapia
específica apresentou reversão de adversidades clínicas evoluindo com controle da doença
autoimune e monitoramento ambulatorial semanal.

Palavras Chave

Lupus eritematoso sistêmico; serosite; transudato linfocítico

Área

Trabalho

Autores

NATAN MELILLO, GISELE DE LOURDES CAETANO, AUGUSTO CESAR GRICIUNAS, LARISSA DOS SANTOS INACIO, JOSE CELSO GIORDAN CAVALCANTI SARINHO