Dados do Trabalho


Título

CETOACIDOSE DIABETICA EUGLICEMICA GRAVE CONCOMITANTE AO USO REGULAR DE EMPAGLIFOZINA: UM RELATO DE CASO

Introdução

Introdução: A Cetoacidose diabética euglicêmica (CAD-E) é uma condição pouco comum, porém ameaçadora à vida, se comportando como um desafio diagnóstico, visto que, como a glicemia não encontra-se muito elevada, pode haver atrasos no reconhecimento do diagnóstico, bem como no início do tratamento.

Objetivos

Objetivos: Descrever, em paciente que faz uso contínuo de inibidor da SGLT2, a cetoacidose diabética euglicêmica.

Descrição do caso

Descrição do caso: Paciente masculino, 60 anos, branco, casado, portador de Hipertensão Arterial Sistêmica e Diabetes tipo 2, ex tabagista. Uso regular de Losartana 50mg 1-0-1 e Glyxambi® 30mg (Empaglifozina 25mg + Linagliptina 5mg) 1-0-0. Interna com quadro de dor abdominal difusa, associado a diarreia aquosa, náuseas e vômitos, com evolução de aproximadamente sete dias. Tomografia de abdome/pelve mostra espessamento de parede cecal. Exame físico da admissão com desidratação +++/4+ e hálito cetônico. Exames laboratoriais evidenciam acidose metabólica grave, com hipobicarbonatemia (pH 7,07; pCO2 12; pO2 171; K 3,9; Lactato 0,7; HCO3 3,5; BE -24,4) e glicemia 152 mg/dl. EAS com glicosúria 4+ e cetonúria 3+.
Foi então, aventada a hipótese diagnóstica de CAD-E e suspensa a Empaglifozina. Após tratamento clínico instituído com reposição de fluidos e de eletrólitos, solução bicarbonatada, antibioticoterapia e correção glicêmica, houve boa resposta terapêutica, com melhora gasométrica, clínica e laboratorial.

Conclusões

Conclusões: Na CAD-E (definida pela presença de glicemia < 200 mg/dl, associado ph < 7,3, bicarbonato < 18 mEq/L, anion gap 10-12 mEq/L e concentrações elevadas de cetonemia), a deficiência de insulina e resistência insulínica são mais leves, portanto, a superprodução e subutilização de glicose são menores que na cetoacidose diabética, limitando o aumento dos níveis de glicemia. Associadamente, após a introdução dos inibidores da SGLT2 no tratamento do DM2, a ocorrência de CAD-E aumentou, visto que esse medicamento aumenta excreção urinária de glicose, reduz secreção de insulina e estimula produção de ácidos graxos livres e corpos cetônicos, contribuindo para níveis ainda mais baixos de glicose plasmática.
Sendo assim, o caso clínico reforça a importância de, em pacientes que fazem uso contínuo de ISGLT2 e apresentam fator precipitante, como a gastroenterite aguda e evoluem com acidose metabólica e glicemia abaixo de 200mg/dl, aventar a hipótese diagnóstica de CAD-E.

Palavras Chave

Cetoacidose diabética euglicêmica, Diabetes, Empaglifozina

Área

Trabalho

Autores

CAIO DE OLIVEIRA FIGUEIREDO, THAISA RODRIGUES GARCIA, DIANA OLIVEIRA BUCHSBAUM, FLAVIA DE MORAES PEDRO MOISES, ALESSANDRA GODOMICZER