Dados do Trabalho


Título

HIPERTENSAO ARTERIAL SECUNDARIA A HIPERALDOSTERONISMO PRIMARIO, HEMOCROMATOSE E AMILOIDOSE EM PACIENTE DE 25 ANOS DE IDADE - RELATO DE CASO

Introdução

Hipertensão é uma doença muito prevalente, em sua maioria de origem idiopática. A hipertensão secundária, porém tem prevalência significativa em nosso meio, e tem no hiperaldosteronismo primário sua causa endocrinológica mais comum. Doenças de depósito como hemocromatose e amiloidose são doenças pouco reconhecidas e diagnosticadas em nosso meio, mas que estão intimamente ligadas com disfunção orgânica irreversível.

Objetivos

Relatar o caso de paciente jovem, com atraso importante no diagnóstico de hipertensão secundária a hiperaldosteronismo primário, que evoluiu com doença renal terminal, recebendo ainda diagnósticos de hemocromatose e amiloidose durante a internação.

Descrição do caso

Paciente, masculino, 26 anos, hipertenso, sem adesão terapêutica ou investigação de causas secundárias; admitido com queixas de inapetência, náuseas e oligúria. Na admissão, encontrava-se com sinais de congestão.
Exames laboratoriais evidenciaram alteração de função renal, hipercalemia e acidose metabólica com necessidade de início de hemodiálise.
Na investigação de hipertensão secundária, encontrados sinais de nefropatia crônica em ultrassom de rins e vias e aumento da relação entre aldosterona e a creatinina, sugestivo de hiperaldosteronismo primário, o qual foi confirmado com teste de infusão salina sem nodulações ou hiperplasia de adrenal em tomografia. Instituído tratamento clínico com espironolactona.
Devido a anemia microcítica nos exames, solicitado perfil de ferro, que demonstrou altos níveis de ferritina e saturação de transferrina de 87%. Diante dos achados, realizou ressonância magnética do abdome com quantificação de ferro para investigação de doenças de depósito, que revelou sobrecarga férrica hepática e esplênica, sugerindo o diagnóstico de hemocromatose.
Ecocardiograma do paciente demonstrou dilatação atrial, espessura miocárdica aumentada e função sistólica do VE preservada, remetendo achados típicos de amiloidose. Realizada pesquisa histopatológica após biópsia de gordura periumbilical corada com vermelho do congo, que se demonstrou consistente com amiloidose.
Seguiu em hemodiálise e foi encaminhado para ambulatórios de endocrinologia e hematologia em serviço externo para finalização de investigação etiológica das patologias encontradas.

Conclusões

O caso relatado reforça a necessidade da prevenção nos níveis primário e secundário, com a detecção precoce de problemas de saúde de forma a evitar implicações irreversíveis na vida dos pacientes.

Palavras Chave

Hiperaldosteronismo primário, amiloidose, hemocromatose

Área

Trabalho

Instituições

Complexo Hospitalar Prefeito Edivaldo Orsi - São Paulo - Brasil

Autores

JOAO VITOR MONTEIRO DORTA DE SOUZA, GABRIEL CARDOSO NICOLAI, SARAH MOREIRA DE SOUZA, NORDMAN WALL BARBOSA DE CARVALHO NETO, MARCELO GUSTAVO LOPES