Dados do Trabalho


Título

CRISE ADRENAL SECUNDARIA A PARACOCCIDIOIDOMICOSE: RELATO DE CASO

Introdução

Introdução/Fundamentos: A paracoccidioidomicose (PCM) é uma micose sistêmica causada por fungos do gênero Paracoccidioides spp. Um dos alvos deste agente são as adrenais, sendo a PCM associada a 15% dos casos de insuficiência adrenal (IA). Pacientes com IA, quando expostos a condições de estresse, podem evoluir com crise adrenal (CA) - emergência médica, ameaçadora à vida, em que os níveis séricos de glicocorticóides são insuficientes para manter a homeostase.

Objetivos

Objetivos: Alertar os profissionais sobre a possibilidade de CA em portadores de PCM.

Descrição do caso

Descrição do caso: Homem, 57 anos, procura pronto socorro (PS) queixando-se de início súbito de astenia profunda, sonolência e tetraparesia há 2 horas; além de dispneia aos moderados esforços, fadiga e tosse produtiva há 15 dias. Paciente era mecânico de trem graneleiro, tabagista, etilista, diagnosticado há 5 anos com PCM. Na ocasião, diagnóstico feito através de queixa de tosse produtiva há 6 meses, perda de peso e úlceras cutâneas - cujas biópsias mostraram leveduras com brotamentos múltiplos - em conjunto com opacidade parenquimatosa retículo-nodular difusa em raio-X de tórax e sorologia positiva para blastomicose. Era também sabidamente portador de IA primária secundária a PCM há 2 meses. Hipótese diagnóstica levantada diante de prostração, hiperpigmentação cutânea, hiponatremia, hipercalemia, elevação do ACTH (1141pg/mL) e hipocortisolismo. Em uso de sulfametoxazol-trimetoprima e prednisona 40mg - prescritos por outra especialidade. Ao exame físico de admissão ao PS, está em regular estado geral, normotenso (130x80mmHg), com hiperpigmentação cutânea em face e força grau I global. Exames subsidiários iniciais revelam hiponatremia, hipercalemia severa, leucocitose, insuficiência renal aguda e infiltrados pulmonares em raio-X de tórax sugestivos de pneumonia. Considerando o quadro infeccioso, queda do estado geral, fadiga severa, sonolência e alterações laboratoriais, fez-se o diagnóstico de CA. Foi administrado 300 mg de hidrocortisona endovenosa (EV) - manutenção com 100 mg 8/8 horas - e iniciada hidratação EV com 1,5L de soro fisiológico 0,9%. Após as medidas iniciais, o quadro regrediu em cerca de 1 hora. Paciente teve alta em uso de fludrocortisona 0,1 mg e prednisona 10 mg.

Conclusões

Conclusão/Considerações finais: A CA deve ser considerada em pacientes com PCM que evoluem com queda abrupta do estado geral e distúrbio hidroeletrolítico. O diagnóstico e tratamento precoces proporcionam pronta recuperação do paciente.

Palavras Chave

Palavras-chave: crise adrenal, insuficiência adrenal, paracoccidioidomicose.

Área

Trabalho

Autores

ADRIANO MARCELO DA SILVA FILHO, CLARISSA S PASCHOAL, LARISSA CAMPOS SILVA, MARIA SILVA SANTAREM CAETANO RONCONI, ROBERTO BERNARDO DOS SANTOS