Dados do Trabalho


Título

RELATO DE CASO: SUSPEITA CLINICA E DIAGNOSTICO DE SINDROME NEFROTICA EM PACIENTE ADULTO EM PRONTO-SOCORRO

Introdução

A Síndrome Nefrótica é caracterizada por proteinúria maciça (maior que 3.5g em 24 horas), hipoalbuminemia e edema periférico. Ademais, pode-se observar a presença de hiperlipidemia e de eventos trombóticos. Em pacientes adultos, cerca de 30% apresentam doenças sistêmicas concomitantes; o restante está relacionado a alterações primárias dos rins.

Objetivos

Relatar caso de paciente adulta do sexo feminino diagnosticada com síndrome nefrótica em pronto-socorro de um hospital.

Descrição do caso

Paciente feminina, 34 anos, deu entrada em Pronto-Socorro de um hospital com queixa de edema em membros inferiores de caráter ascendente (inicialmente nos pés e com progressão até raiz de coxa bilateralmente) e presença de urina escurecida, de início há 6 dias. Negou infecção de pele recente. Apresentou quadro de infecção de trato aéreo superior cerca de dez dias antes, com resolução espontânea. De antecedentes prévios, paciente é portadora de transtorno de personalidade cluster B, em uso de aripiprazol. Sinais vitais da admissão sem alterações. Nos exames complementares, evidenciou-se presença de proteinúria (3+), hematúria microscópica, hipoalbuminemia (1.7 g/dL) e hiperlipidemia (LDL 210 mg/dL). Como complementação diagnóstica, solicitada dosagem de proteinúria de 24 horas e relação proteína/creatinina na urina, cujos resultados foram 12.9g e 6.28 mg/dL, respectivamente. A dosagem de complemento sérico (C3) foi de 186 mg/dL. Sorologias virais e autoanticorpos negativos. Deste modo, diante dos achados citados acima, foi aventada a hipótese diagnóstica de Síndrome Nefrótica e iniciado o uso de diureticoterapia e restrição de ingesta sódica, sendo encaminhada ao ambulatório da Nefrologia. A nível ambulatorial foi realizada biópsia renal em associação ao exame de imunofluorescência, cuja conclusão foi compatível com doença de lesões mínimas. Iniciado, portanto, o uso de corticoterapia com prednisona (dose de 1mg/kg), apresentando boa resposta clínica.

Conclusões

A suspeição clínica de um quadro de Síndrome Nefrótica pode ser feita logo na entrada de um paciente ao pronto-socorro, quando os sinais e sintomas são bem interrelacionados. A avaliação clínica inicial deve procurar potenciais causas secundárias, como diabetes, lúpus, infecções e uso de medicamentos. Embora essa síndrome – quando relacionada a Doença de Lesões Mínimas - seja mais comum em crianças, também pode ser encontrada em adultos, os quais também podem apresentar boa resposta clínica à corticoterapia.

Palavras Chave

Síndrome nefrótica, doença de lesões mínimas, hipoalbuminemia.

Área

Trabalho

Autores

VIVIAN CRISTINE LIMA DE ALMEIDA, MONICA PALOS BARILE, MARTA JUNQUEIRA REIS FERRAZ