Dados do Trabalho


Título

O IMPACTO DA COVID-19 SOBRE OS FENOTIPOS DE HIPERTENSAO ARTERIAL NAS CIDADES DE SAO PAULO E RECIFE

Introdução

Introdução: Tem-se hipotetizado que a pandemia da COVID-19 exerceu influência adversa no controle de fatores de riscos cardiovasculares, como a hipertensão arterial (HA), seja por isolamento social, estresse e mudanças de hábitos de vida. Contudo, pouco se sabe sobre o efeito da pandemia sobre as medidas de pressão arterial (PA) realizadas dentro e fora do consultório e o diagnóstico de seus fenótipos (normotensão verdadeira, HA sustentada, HA do avental branco e HA mascarada).

Objetivos

Objetivo: Comparar prevalência dos fenótipos de HA antes e durante a pandemia e sua relação com a gravidade da pandemia (número de casos e óbitos) em pacientes do município de São Paulo/SP e Recife/PE.

Delineamento e Métodos

Delineamento e Métodos: Foi realizado um estudo retrospectivo analisando características clínicas e medidas de PA no consultório e na medida residencial da PA (MRPA) de indivíduos não tratados com medicações anti-hipertensivas no período de 2017 a setembro de 2021, extraídas da plataforma TELEMRPA. Dados quinzenais de número de casos e óbitos de COVID-19, foram coletados do SIVEP e SIM/SMS-SP e SEPLAG e Boletins epidemiológicos de Recife.

Resultados

Resultados: No município de São Paulo, em amostras de indivíduos independentes avaliados antes (n=929) e durante (n=600) a pandemia, houve aumento da prevalência HA sustentada (28,2% a 42,2%, p<0,001) e queda de normotensão verdadeira (44,5% a 31,8%; p<0,001) durante a pandemia. Estas diferenças persistiram após ajuste por sexo, idade, IMC e temperatura ambiental. Na análise multivariada ajustada, notou-se ainda associação direta entre HA sustentada e o número de novos casos (p < 0,001) e óbitos (p = 0,015) quinzenais de COVID-19. Na cidade de Recife, não houve alteração na prevalência dos fenótipos de HA antes e durante a pandemia (n=2464 antes e e n=4523 durante a pandemia) na análise ajustada por sexo, idade, IMC e temperatura ambiental. Em análises ajustadas adicionais não houve associação significativa entre os fenótipos de HA e a gravidade da pandemia nesta cidade.

Conclusões

Conclusões: Há relação entre a prevalência de HA verdadeira e a gravidade da pandemia de COVID-19 na cidade de São Paulo, mas não na de Recife. Estes dados indicam que características locais possam influenciar a relação entre a pandemia de COVID-19 e fenótipos de HA.

Palavras Chave

Palavras-chave: Hipertensão arterial, Fenótipos, Covid-19, Pandemia

Área

Trabalho

Instituições

Unicamp - São Paulo - Brasil

Autores

MONIZZE VICTORIA ROCHA SENTALIN, AUDES D. M. FEITOSA, MARCO A MOTA-GOMES, ANDREI C SPOSITO, WILSON NADRUZ