Dados do Trabalho


Título

PARACOCCIDIOIDOMICOSE CRONICA: UM RELATO DE CASO

Introdução

A paracoccidioidomicose (PCM) é uma micose granulomatosa sistêmica causada pelo fungo Paracoccidioides brasiliensis. Ela é considerada uma das dez causas de morbimortalidade entre as doenças endêmicas parasitárias no Brasil. Sua forma mais frequente é a crônica, com disseminação multifocal e diagnóstico tardio.

Objetivos

Ressaltar a importância da inclusão da PCM nos diagnósticos diferenciais das doenças mucocutâneas e pulmonares, além de discutir suas formas de apresentação, a fim de evitar complicações e sequelas.

Descrição do caso

Paciente C.B.M, sexo feminino, 63 anos, trabalhadora rural. Em 2013 iniciou quadro de obstrução nasal, ressecamento mucoso, epistaxes de repetição e tosse seca. Durante um ano realizou tentativa de tratamento sintomático para rinite alérgica sem eficácia. Ao procurar novamente o serviço de saúde em 2014, apresentou-se com o mesmo quadro somado a úlcera com secreção muco-purulenta em aleta nasal esquerda. Uma tomografia computadorizada de seios da face foi realizada, e evidenciou espessamento polipóide da mucosa de seio maxilar direito e da aleta nasal esquerda, com impregnação de contraste nas áreas acometidas. A biópsia da úlcera revelou processo granulomatoso com estruturas compatíveis com Paracoccidioides brasiliensis. Em investigação adicional, não foi evidenciado acometimento ganglionar ou pulmonar. Dessa forma, iniciou tratamento com Itraconazol, apresentando melhora completa dos sintomas. Desde então vem apresentando sorologias não reagentes. Simultaneamente ao tratamento da paracoccidioidomicose, a paciente realizava acompanhamento da Diabetes Mellitus tipo 2 em fase insulínica e da Artrite Reumatóide em uso de Imunobiológicos. Contudo, desde início do antifúngico, nas tentativas de suspensão da medicação, a paciente apresenta recidivas das lesões nasais. Por meio da decisão multidisciplinar das especialidades de pneumologia, infectologia e reumatologia, optou-se por continuação do Itraconazol e acompanhamento longitudinal de suas comorbidades.

Conclusões

Apesar da doença normalmente responder de maneira efetiva à terapia antifúngica, existem casos crônicos e de difícil tratamento. Dessa forma, é importante que os profissionais estejam atentos para as manifestações da paracoccidioidomicose, além de serem capazes de promover o diagnóstico e o acompanhamento correto desta enfermidade.

Palavras Chave

“Paracoccidioidomicose”, “micose sistêmica”

Área

Trabalho

Instituições

Centro Universitário Max Planck (UNIMAX) - São Paulo - Brasil

Autores

ANA JULIA PAGNAN, MARIANA LIPPAUS SORIA PERUGINI, MATHEUS HATTGE DE OLIVEIRA