Dados do Trabalho


Título

INVESTIGAÇAO DIAGNOSTICA DE QUADRO DE HIPERALDOSTERONISMO PRIMARIO EM PACIENTE JOVEM: UM RELATO DE CASO

Introdução

O hiperaldosteronismo primário é a causa mais importante de Hipertensão secundária, sendo frequentemente subdiagnosticado (20% dos casos de hipertensão resistente). O diagnóstico e o tratamento específico são de fundamental importância no controle dos níveis pressóricos, prevenção de lesões de órgãos-alvo e bloqueio da secreção autônoma de aldosterona que, por si só, já ocasiona efeitos deletérios diretos sobre o miocárdio, corroborando com seu remodelamento. O quadro é causado por adenoma adrenal secretor de aldosterona em 40-50% dos casos e hiperplasia em 50-60% do total de casos.

Objetivos

O objetivo do presente trabalho é descrever o caso clínico de uma paciente com quadro de Hipertensão secundária e a cadeia de investigação diagnóstica.

Descrição do caso

Paciente do sexo feminino, 44 anos, negra, com o diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica (HAS) de difícil controle desde os 26 anos de idade mesmo em uso adequado de medicações anti-hipertensivas (espironolactona 50 mg/dia, losartana 200 mg/dia e nebivolol 5 mg/dia), associado à hipocalemia e à alcalose metabólica.A hipótese diagnóstica foi hipertensão secundária por hiperaldosteronismo primário. Solicitadas dosagem de aldosterona sérica = 21 ng/dL e atividade plasmática de renina (APR) = 0,06 ng/mL/hora, com relação aldosterona/APR de 350.
A tomografia abdominal contrastada com cortes finos de adrenais mostrou evidência de nódulo circunscrito na haste medial da adrenal esquerda medindo 1,8 cm, apresentando realce pelo meio de contraste com “wash-out” absoluto de 63,4%, consistente com adenoma de adrenal. Indicada adrenalectomia à esquerda.

Conclusões

Dados dos exames físico e laboratorial podem indicar uma referida etiologia mais provável e guiar a investigação etiológica no contexto da hipertensão secundária. Com exames de triagem indicativos de hipersecreção autônoma de aldosterona, é necessária a realização de exame de imagem para avaliar a presença de adenoma ou hiperplasia adrenal. No contexto de adenoma adrenal, é proposto tratamento cirúrgico. O ideal é a confirmação da lateralidade com exame de amostragem da veia adrenal (cateterismo venoso), se disponível. Em caso de hiperplasia adrenal é indicado somente tratamento clínico com espironolactona e restrição de sódio na dieta. Melhores desfechos cardiovasculares foram evidenciados quando APR > 1 ng/mL/hora, e piores desfechos quando < 1 ng/mL/hora, independente dos níveis pressóricos.

Palavras Chave

Hipertensão; Hiperaldosteronismo; Adenoma Adrenocortical

Área

Trabalho

Instituições

FAMERP - Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto - São Paulo - Brasil

Autores

CARLOS HENRIQUE DOSUALDO, CARLO BONASSO FILHO, THIAGO SCHUMANN MUNHOZ, JOSÉ FERNANDO VILELA MARTIN