Dados do Trabalho


Título

PARAPLEGIA DE ORIGEM CORTICAL – RELATO DE CASO

Introdução

A irrigação do sistema nervoso central (SNC) advém de ramos das artérias carótidas internas e do sistema vertebrobasilar que formam o Polígono de Willis (PW), no entanto, existem variações que não prejudicam a irrigação, mas tem interferências clínicas, denominadas variações anatômicas.

Objetivos

Relato de caso de paraplegia de origem central por variação anatômica no PW.

Descrição do caso

mulher, 78 anos, com relato de queda da própria altura após perda da consciência com liberação esfincteriana, seguida de fraqueza em membros inferiores (MMII) e membro superior direito (MSD). Na admissão, apresentava-se com apagamento do sulco nasolabial à direita, paraplegia flácida crural assimétrica, pior a esquerda associada a monoplegia flácida de MSD, hipoestesia em MMII e com sinal de Babinski bilateral. Tomografias (TC) de coluna cervical e dorsal afastaram causas traumáticas raquimedulares. TC de crânio evidenciou hipodensidade fronto-parietal esquerda, na alta convexidade, sugerindo isquemia recente. Para investigação etiológica do acidente vascular cerebral isquêmico (AVCi), foi solicitado ecocardiograma, estando este sem alterações e ultrassom com doppler das artérias carótidas e vertebrais, estando também dentro da normalidade. A ressonância de crânio revelou sinais de infarto recente nos giros do cíngulo e frontal superior à esquerda, com focos hemorrágicos corticais, associado a mínimos focos isquêmicos córtico-subcorticais no giro frontal superior e na alta convexidade parietal paramediana à direita. A angioressonancia mostrou agenesia de porção A1 da artéria cerebral anterior direita.

Conclusões

Discussão: A doença mais prevalente no SNC é o AVCi, episódio neurológico focal súbito por hipofluxo sanguíneo cerebral cujos sintomas dependem da região cerebral afetada. A apresentação atípica relatada foi decorrente de uma variação anatômica no PW, sendo esta a agenesia de porção A1 da artéria cerebral anterior direita. A prevalência de variações anatômicas no PW é cerca de 68,22%, sendo a artéria comunicante posterior o segmento mais afetado, sendo portanto a variação descrita pouco usual. Conclusão: apesar de frequentes, a maioria das variações anatômicas da circulação arterial cerebral não geram repercussão clínica, pois, em geral, não são patológicas. Todavia, é importante conhecê-las para fazermos os diagnósticos diferenciais nos quadros atípicos, bem como minimizar iatrogenias cirúrgicas.

Palavras Chave

Polígono de Willis, Artéria Comunicante Anterior, Variação anatômica.

Área

Trabalho

Autores

ANA PAULA GOBATE MIORIN, VITOR ROBERTO PUGLIESI MARQUES