Dados do Trabalho


Título

ANEMIA REFRATARIA EM PACIENTE RENAL CRONICO DIALITICO: UM RELATO DE CASO.

Introdução

Diagnóstico de Parvovírus B19 em doente renal crônico dialítico apresentando anemia refratária à diversas medidas.

Objetivos

Demonstrar a relação de infecção por Parvovírus B19 com anemia refratária em doente renal crônico dialítico.

Descrição do caso

S.F.P.J, 53 anos, masculino, branco, empresário, casado e portador de doença renal crônica dialítica de origem indeterminada. Em decorrência de uma anemia refratária à reposição de ferro, eritropoietina recombinante humana e múltiplas transfusões de concentrados de hemácias, foi encaminhada ao serviço da Clínica do Rim do Hospital Centro Médico de Campinas.
No decorrer de seu tratamento hospitalar foi realizada uma média de dois concentrados de hemácias a cada vinte dias, com repetidas coletas de hemoglobina (Hb) e hematócrito (Ht) que demonstravam a não-recuperação do valor basal de Hb prévio, chegando ao patamar de Hb:4,5.
Dada a refratariedade da anemia, em que pese as medidas realizadas, foram solicitadas PCR e sorologia para Parvovírus B19, cujos resultados foram PCR positivo e imuglobulina G(IgG) positivo e imunoglobulina (IgM) negativo, respectivamente.
A equipe de hematologia que também acompanhava o caso, realizou uma biópsia de medula óssea, cujo resultado do mielograma mostrava intensa hipocelularidade com extensa substituição fibrosa e infiltração linfocítica. Diante disso, levantou-se a suspeita de neoplasia linfóide, cuja hipótese fora posteriormente descartada, após a realização de imunohistoquímica. Por fim, ficou demonstrado que se tratava de uma Aplasia Transitória da Medula Óssea.
Com a realização de 03 (três) sessões de infusão de imunoglobulinas, sem intercorrências e com boa tolerância, o paciente retornou aos níveis de Hb e Ht de base e o PCR para Parvovírus B19 se tornou indetectável.
Após a realização de transplante renal no ano de 2013, o paciente perdeu o seguimento na instituição.

Conclusões

Diante dos fatores de risco que o paciente renal crônico em hemodiálise apresenta para se infectar por Parvovírus B19, bem como a potencial anemia grave e refratária a diversas medidas que este microorganismo pode acarretar no dialítico, revela-se de grande valia os métodos de detecção do material genético no sangue (DNA viral) e da sorologia (IgM e IgG) nos exames de rotina de uma instituição que preste o serviço de diálise. Vale ressaltar a importância do acompanhamento da parvovirose no transplantado renal no intuito de vigilância da reativação da infecção, uma vez de que se trata de um imunossuprimido com sorologia IgG positivo.

Palavras Chave

Doente renal crônico dialítico; anemia refratária; Parvovírus B19; infecção.

Área

Trabalho

Instituições

Hospital Centro Médico de Campinas - São Paulo - Brasil

Autores

MATEUS RIB VERGILI, JOSE EDUARDO VERGUEIRO NEVES JUNIOR